A falta de capacidade aeroportuária em Lisboa levou a Ryanair a reduzir as ligações entre Lisboa e Porto “para alocar esses ‘slots’ em serviços internacionais mais produtivos”, explicou David O’Brien.

David O’Brien, afirmou, citando o PressTur que “a primeira e mais óbvia consequência” da falta de capacidade aeroportuária na capital portuguesa é a redução da oferta na rota Lisboa – Porto, que será de 19 voos por semana para seis, com inicio no primeiro dia de Abril, como o Portal turístico avançou em Janeiro.

Existindo capacidade no Aeroporto de Lisboa, David O’Brien considera que “provavelmente manteríamos dois ou três voos por dia” entre Lisboa e o Porto, admitindo, contudo, que “não é uma rota principal na nossa actividade”.

“Não era uma rota hiper lucrativa. Os passageiros das rotas domésticas tendem a não levar bagagem, tendem a não consumir muito café”, explicou O’Brien, indicando que se trata de uma rota “modesta” nas contas da companhia.

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“Quando se tem aviões baseados como nós temos em Lisboa e no Porto, ajuda ter rotas pequenas para conseguir utilizar os aviões. Então se [essas rotas] tiverem um contributo modesto é bom”, explicou.

Contudo, “é uma rota principal para a TAP”, salientou David O’Brien, para comentar que “a estratégia deles [da TAP] é levar as pessoas do Porto para Lisboa. A nossa é [ter] voos directos”.

Sobre os problemas no Aeroporto Humberto Delgado, o Chief Commercial Officer (CCO) da Ryanair acrescentou que a companhia “não consegue crescer tanto quanto gostaria” em Lisboa, para salientar que poderia “facilmente duplicar” o crescimento tendo essa possibilidade.

“A nossa visão é que a capacidade no aeroporto de Lisboa está a ser desnecessariamente restringida”, continuou o CCO, para afirmar que “um acordo entre controladores de tráfego aéreo militares e civis poderia libertar até mais seis movimentos por hora”.

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Essa solução, considerou O’Brien, poderia reforçar a capacidade do aeroporto de uma média de 38 movimentos por hora para 44 a 46, sem que “nada que seja construído”.

Uma vez construído o Aeroporto do Montijo “conseguimos ver-nos a manter o nosso nível actual de tráfego em Lisboa e crescer adicionalmente no Montijo”, perspectivou.

O Montijo, contudo, terá que ser “muito mais barato” que Lisboa, avisou , que invocou duas razões: o Aeroporto Humberto Delgado “fica mais perto da cidade”, por um lado, e, por outro, “há uma ponte entre a cidade e o Montijo, e essa ponte não é gratuita”.

No entanto “o essencial”, reforçou David O’Brien, “é tentar avançar com o projecto” e o primeiro passo “é organizar o espaço aéreo”.