O presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), Jorge Veiga França, disse hoje no parlamento madeirense que a política de preços da TAP em relação à Madeira «não tem favorecido» o turismo no arquipélago.

Jorge Veiga França afirmou: «acho que a política da TAP não tem sido a resposta que esperaríamos de uma companhia de bandeira», sublinhando que o facto de o Estado deter 50% do capital social da empresa atribui «responsabilidades acrescidas» na defesa dos interesses em todo o território nacional.

O dirigente proferiu estas declarações na Comissão Eventual de Inquérito à Política de Gestão da TAP em Relação à Madeira, onde garantiu que a ACIF «não vai ficar de braços cruzados», estando a preparar uma «posição conjunta» sobre a problemática do preço das viagens aéreas e da operacionalidade do Aeroporto da Madeira.

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Afirmou ainda que «não podemos responder [ainda] com números absolutos, mas não dúvidas que está a afectar o sector do turismo, que é o pilar da economia madeirense», disse.

As autoridades regionais consideram que a TAP pratica preços muito altos nos voos entre o continente e a Madeira, ultrapassando por vezes os 500 euros.

Por outro lado, o subsídio de mobilidade fixou os bilhetes (ida e volta) em 86 euros para residentes, mas a companhia cobra valores mais elevados, sendo que o passageiro é posteriormente reembolsado da diferença até um tecto de 400 euros.

Jorge Veiga França considerou que a forma como o subsídio foi concebido «afecta claramente» a fixação dos preços pelas duas companhias que voam regulamente para a região — a TAP e a easyJet — e, por isso, afirmou que é «fundamental» a entrada de um terceiro operador na linha.

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A ACIF representa cerca de 800 empresas na Região Autónoma da Madeira.

A Comissão Eventual de Inquérito à Política de Gestão da TAP em Relação à Madeira foi constituída a pedido do PSD, partido com maioria absoluta no parlamento regional, e já interrogou, entre outros, Antonoaldo Neves, presidente da TAP, Thierry Ligonnière, presidente da ANA — Aeroportos de Portugal, Bernardo Trindade, administrador não executivo da TAP, e Fernando Pinto, ex-presidente da transportadora aérea.

A 11 de Janeiro, Fernando Pinto disse no parlamento madeirense que a época da aviação regulamentada já passou e sublinhou que a companhia não tem obrigação de prestar serviço público: «A época da aviação regulamentada passou, não existe mais. Hoje é a regra do mercado».

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Já no dia 02 de Outubro de 2018, Antonoaldo Neves tinha insistido, na mesma comissão, que a TAP não «está sujeita à prestação de serviço público», que é uma «companhia privada» e que a transportadora pratica preços «módicos».
Fonte: Lusa